Falta de diálogo da Petrobras
pode acarretar na perda de 160 mil postos de trabalho em todo país
Por: Redação
Empresários de vários estados e que
compõem o Comitê Nacional da Cadeia Produtiva do GNV estão desde fevereiro
tentando, sem sucesso, um encontro com o presidente da Petrobras, Roberto
Castello Branco, para tentar negociar uma redução do preço do gás natural, com o
objetivo de evitar que o setor seja prejudicado a ponto de colocar em risco
mais de 160 mil empregos em todo país até o fim deste primeiro semestre.
Reunião do Comitê Nacional do GNV. (Foto: Divulgação) |
Na última reunião dos representantes
do setor, ocorrida no dia 15 de fevereiro, no auditório da Firjan, que contou
com a presença de mais de 60 empresários de sete estados (Rio de janeiro, São
Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Paraíba), eles chegaram à
conclusão de que o aumento médio de 40% do combustível - que foi autorizado
pela estatal no início de fevereiro deste ano - está literalmente estagnando os
investimentos de alguns segmentos importantes da cadeia produtiva do setor, a
ponto de centenas de empresas já estarem fechando as portas em vários estados.
Além dos empresários e das
entidades representativas deste segmento, o encontro ocorrido em fevereiro
também contou com a presença da ANP, Inmetro e Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Econômico.
De acordo com o presidente do
Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de janeiro
(SindirepaRio), Celso Mattos, que está à frente do comitê, se a situação não
for revertida pela Petrobras, poderá ocorrer uma demissão em massa de milhares
de trabalhadores em todo país, além do fechamento de centenas de empresas.
“Esse aumento injustificado do preço do GNV afetou a todos os segmentos da
cadeia produtiva.
Queremos saber, de forma transparente, quais motivos levaram
a Petrobras a decidir por esse reajuste, que vem prejudicando não só a todos os
empresários envolvidos, mas ao consumidor, que está pagando preços absurdos.
Para se ter uma ideia de como o setor está travado por conta desse reajuste,
basta observar que a instalação do kit gás, por exemplo, está praticamente
zerada em estados como Minas Gerais e São Paulo. No Rio de janeiro, estado que
detém 75% do mercado nacional de conversões para o GNV, esse tipo de prestação
de serviço caiu, em média, pela metade, e as demissões já começaram”, destaca.
Segundo Celso Mattos, o Comitê
Nacional do GNV tentou marcar uma reunião com o presidente da Petrobras,
Roberto Castello Branco, para tratar do assunto com urgência. No entanto, a
resposta dada foi que a agenda dele está tomada até maio, o que causou grande
preocupação entre os empresários e representantes deste segmento de mercado,
incluindo fabricantes, instaladores, conversores, donos de postos de
abastecimento, entre outros agentes.
“É imprescindível que o presidente da
Petrobras receba os representantes do setor para dialogar, com o risco de
causar prejuízo a milhares de pessoas. Não sabemos se o setor pode esperar até
maio, pois muitas empresas já estão fechando as portas e muitos profissionais
estão sendo demitidos”, ressalta.
O presidente do Sindirepa Rio
acrescenta que, caso a Petrobras não queira dialogar com os representantes da
cadeia produtiva do GNV dentro de um prazo razoável, ele será obrigado a entrar
com uma ação na Justiça contra o aumento do preço do combustível, com base do
Código de Defesa do Consumidor, em razão dos valores abusivos que, por
regulamentação, são aplicados no mercado arbitrariamente e sem a devida
justificativa.