Everardo
TardinErthal, de Bom Jardim, ficou na terceira colocação e o vencedor foi Paulo Tassinari, de São José do Vale do Rio
Preto.
Por: Redação
O
Sebrae Rio divulgou nesta quarta-feira (10/10), em Conservatória/Valença, no
Vale do Café, o vencedor do Concurso de Qualidade do Café do Estado do Rio de
Janeiro. A histórica Fazenda Florença, sediou o evento recebendo os finalistas
e convidados.
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| A disputa foi muito acirrada, por conta da alta qualidade dos cafés. (Foto: Divulgação/Sebrae) |
A
grande vencedora é a cafeicultora Inês Zoli Tassinari (in memoriam), que no evento foi representada por seu filho, Paulo
Tassinari, de São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana.
O café
Tassinari obteve 87,31 pontos e foi escolhido por uma comissão julgadora, formada
por seis renomados baristas e coordenada pelo professor Flávio Meira Borém, da
Universidade Federal de Lavras. Eles degustaram o café dos dez cafeicultores
finalistas.
A
família Tassinari produz café desde 1982. “Optamos por fazer um café natural e
este resultado foi fruto de muito trabalho. Adubamos a área apropriadamente,
desenvolvemos essa técnica com uma junção de vários fatores. Este café foi
composto de vários pequenos lotes, todos da mesma área, com processos
trabalhados naturalmente, e ficou muito bom”, disse o campeão, Paulo Tassinari.
O
especialista Flávio Borém endossou as características do café vencedor. “É um
café de assinatura. Ele compôs e estudou para fazer o que apresentou aqui.
Vimos o coroamento de um cafeicultor que já vem buscando uma evolução há muito
tempo”, afirma.
A
disputa foi muito acirrada, por conta da alta qualidade dos cafés. Carlinda
Vargas, de Varre-Sai, no Noroeste fluminense, ficou em segundo lugar, com 86,25
na pontuação.
No
terceiro lugar houve empate entre Everardo TardinErthal, de Bom Jardim, e
Fidélis José de Oliveira Rodolphi, de Varre-Sai, ambos com 85,25 pontos.
O
cafeicultor de Bom Jardim, já tem tradição no negocio e se diz satisfeito por
estar entre os três melhores cafés do estado. “Desde 1984 cultivo café, que é
uma paixão de família. Sempre me interessei em aprimorar a qualidade do meu
produto, tanto que em 2010 ganhei o concurso estadual com 82,5 pontos.
Hoje
fiquei na terceira posição, porém com uma pontuação maior (85,25), o que
demonstra que não só o meu produto, mas também o dos concorrentes melhoraram de
qualidade, o que fortalece a cafeicultura no estado”, ressaltou.
Para
Lídia Espíndola, gestora estadual do projeto Vocações Regionais da Cafeicultura
Fluminense do Sebrae Rio, o importante é dar visibilidade aos cafés especiais
produzidos no Estado. “Nós precisamos divulgar o nosso produto para o trade, incluindo baristas, torrefadores,
jornalistas, acadêmicos. Mostrar para esses atores que o Rio de Janeiro produz
cafés especiais para, assim, atrair compradores. O resultado foi além das
nossas expectativas”, comemora.
Lidia
também destacou o fato desta final ter sido realizada no Vale do Café.
“Realizamos esta final no Vale do Café para aproximar os cafeicultores das três
regiões produtoras, sendo o Noroeste e a Serrana com produção já desenvolvida,
e o Médio Paraíba, reiniciando o cultivo, através do projeto de reintrodução do
café, desenvolvido pelo Sebrae Rio”, ressaltou.
Todos
os dez lotes finalistas foram vendidos no leilão que aconteceu após o anúncio
da classificação final, com lance de R$ 600 para o 10º lugar e de R$ 12 mil
para o primeiro colocado.
Os
dez cafés finalistas receberam certificado e laudo técnico com a descrição
sensorial e a pontuação obtida e poderão participar do Cupping dos Cafés do Rio
de Janeiro na edição de 2018 da Semana Internacional do Café, que será
realizada em Belo Horizonte, em novembro.
O
Concurso
Promovido
pelo Sebrae Rio, da Coopercanol- Cooperativa dos Produtores de Cafe do Noroeste
Fluminenese, Emater-Rio, do Centro do Comércio do Café do Rio de Janeiro,
Associação Brasileira de Cafés Especiais -BSCA, Prociência e Mattos
Consultoria, o concurso foi aberto para todos os produtores do estado, com
inscrição gratuita.
Cinquenta e quatro cafeicultores se inscreveram, 45 do
Noroeste e 9 da região Serrana. A seleção dos 10 melhores cafés foi realizada
em quatro etapas – análise física e eliminatória, seguida de degustação,
conforme a metodologia de análise sensorial de cafés especiais da SCA (SpecialtyCoffeeAssociation).
Os
dez cafeicultores finalistas foram: Carlinda Bendiade de Oliveira Vargas,
Fidélis José de Oliveira Rodolphi, José Ferreira Pinto, Lázaro Silva Gualtieri
Rosa, Marcos Fernando Pelegrini Menezes e Rafael José Duarte Fernandes (Noroeste
Fluminense); Moacyr Carvalho R'lho, Everardo TardinErthal e Maria Adriana
MonneratErthal (Região Serrana I –Nova Friburgo e entorno) e Inês Zoli
Tassinari (Região Serrana II – Petrópolis e entorno).
Maior
especialista brasileiro em cafés especiais, Flávio Borém destacou a evolução na
qualidade dos cafés especiais. “No concurso anterior, o vencedor pontuou 82,5 e
hoje o primeiro colocado atingiu mais de 87 pontos.
Este é o resultado de um
grande trabalho que está sendo realizado. É muito bacana quando nós temos
várias regiões diferentes e a gente percebe os perfis de cada microrregião, a
assinatura de cada produtor.
O que me deixa feliz é ver cafés exóticos,
com frutas, outro suave, outro com mel. Além de quebrar o paradigma de que o
Rio não produz cafés especiais, nós mostramos que produz sim, e com diversidade
de sabores”, afirma.

