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12 de out. de 2013
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Fotos da infância viram 'febre' no Facebook no mês das crianças

Álbuns saem da poeira para ganhar versão digital e popularidade. Atitude dos internautas resgata a história e eterniza arquivos pessoais.

Fotos de criança que dominaram o perfil do Facebook (Foto: Reprodução / Arquivo pessoal)

Parece redundância, mas tirar foto de outra foto se tornou uma 'febre' entre os internautas neste mês das crianças. A prática, que começou de forma tímida em 2012, voltou com força total esse ano. A cada atualização no Facebook, aparece um rostinho diferente no perfil da página. São fotos da época da infância que saíram de álbuns esquecidos no armário, em meio a poeira, para ganhar não só a versão digital, mas a popularidade.

Leticia, de Campos, colocou no perfil foto
de quando ainda era bebê (Foto: Thaís Peixoto)
A universitária Letícia Gomes Barroso, de 20 anos, de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, adora novidades e logo tratou de mudar o seu perfil. "Acho que a foto mostra a minha personalidade, de uma pessoa animada, torna minha infância mais presente em minha memória. Fora que é uma brincadeira e tanto, dá até para darmos umas boas risadas com as carinhas dos bebês", concluiu. Além de substituir a foto adulta do perfil por uma de quando era criança, tem muita gente incluindo outras fotos digitalizadas nos álbuns do Facebook, ampliando, assim, a quantidade de arquivos que não correm mais o risco de serem destruídos pela ação do tempo. Vale lembrar que por trás de cada foto existe uma história, algumas bem curiosas.

Na década de 80, o instrutor de trânsito Walter da Silva Santos, de 48 anos, viu todas as suas recordações sendo levadas pelas águas da enchente que atingiu a cidade de Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Hoje, Walter possui apenas três fotos de quando era criança e descobriu que essa "onda" no Facebook serviria não só para homenagear o mês das crianças, mas para salvar os únicos arquivos de quando era pequeno.

Foto da infância de Walter da Silva está entre as únicas três que não foram destruídas pela enchente na década de 80 (Foto: Reprodução / Arquivo pessoal)

"Eu perdi tudo na enchente e encontrei na rede social uma importante ferramenta para armazenar minhas lembranças. Mesmo com a digitalização da foto, eu, que valorizo o tradicional, pretendo recuperar as fotos originais deixando de recordação para minha filha e netos", concluiu Walter.

Essa moda não está só salvando álbuns de muitas famílias, mas introduzindo memórias. Como as crianças quase não recorrem aos álbuns de fotografia no armário, muitas podem até nem conhecer os rostos de seus bisavós e até mesmo avós. Com esses arquivos na internet, o acesso se torna mais fácil para essa geração que já nasceu conectada. 

Walter compartilhou a única foto de quando era
bebê (Foto: Reprodução / Arquivo pessoal)
O historiador Fernando Rezende destaca o aspécto sociológico e o que esse comportamento implica daqui pra frente. "É imensurável a proporção disso e é muito interessante a busca das pessoas para tornar público e de livre acesso o que antes ficaria no campo pessoal. Estamos acompanhando o início da formação de um grande acervo de histórias pessoais. E isso é interessante, pois, de uma forma individual e natural, cada pessoa está fazendo o que as grandes instituições museológicas, por exemplo, já fazem estrategicamente para preservar arquivos públicos e valiosos, que é a prática da digitalização das imagens", finalizou.

Vale lembrar que os arquivos pessoais disponíveis na web também revelam elementos que ajudam a entender um pouco cada período da história, por meio dos cenários, carros, móveis, roupas, cabelos e brinquedos de antigamente.

Thuany Motta trocou a foto do Facebook por uma
da infância (Foto: Arquivo pessoal / Bia Souza)
A cantora Thuany Motta, da banda de rock Primícia, normalmente usa o Facebook para se manter informada e divulgar seus shows. No mês das crianças, a página ganhou outra finalidade: compartilhar com os amigos a sua infância.

"Não sou seguidora de modas ou manias efêmeras, mas essa 'onda' me chamou a atenção, justamente, pela originalidade", explicou a vocalista que mora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.

Joanne Zainotte, de 30 anos, moradora de Petrópolis, Região Serrana do Rio, literalmente 'curtiu' a ideia de mudar o perfil. "Considero esse momento muito importante para relembrar a inocência que perdemos com o passar do tempo, a espiritualidade infantil, lembrar da época em que nada era corrido e tudo era ensinado, pacientemente. Com o passar do tempo, tudo ficou distante, nos tornamos mais egocêntricos. Muita coisa mudou, por isso, é muito bacana ver a história sendo defendida, e de forma espontânea, nas redes sociais", concluiu.

Joanne Zainotte curtiu a ideia de mudar o perfil (Foto: Arquivo Pessoal)


Fri Notícias/G1.com
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