O secretário municipal de Cultura, David Massena, esteve no vernissage de Osmar Castro, 1º de junho, no Centro de Arte, e, em entrevista, disse que se sente muito feliz de estar à frente da gestão da Secretaria ‘das Culturas’. Chama de ‘Culturas’, porque segundo ele, há que se abraçar as várias manifestações de todas as etnias, de todas as linguagens, todos os simbolismos.
Para David, sua felicidade está em ter aberto um espaço para que pessoas como Jaburu, do Grupo de Arte, Movimento e Ação – G.A.M.A., possam exercitar esse amor incondicional por Friburgo. Disse ainda, que não tem a menor pretensão de centralizar as ações da secretaria, porque para ele a cultura é antes de mais nada a manifestação do povo. É a história escrita por esse povo. Fico feliz, diz ele, e tenho certeza, que todo friburguense ficará maravilhado em ver as fotografias de Friburgo de ontem e de hoje, através do olhar de Osmar Castro.
Massena, que escreveu no convite “Amanhã eu gostarei de estar na Nova Friburgo de ontem”, questiona: “mas, o que é que eu estou fazendo hoje para ter a Friburgo de ontem? A gente precisa exercitar a educação patrimonial, respeitar nossos espaços públicos, ter mais carinho com as coisas da cidade. Isso cabe a todos nós, porque não é só o poder público e não é só a sociedade civil organizada. É o cidadão. Se o cidadão exercita essa educação patrimonial, ele, fatalmente, terá amanhã a Friburgo de ontem, o que traz o sentimento da saudade. A gente não pode ficar só vivendo de fotografia. Acho que o friburguense tem que tomar uma atitude para preservar o que resta, que nem a natureza conseguiu destruir e Friburgo renasceu da lama, das cinzas, mas o principal é isso, preservar o que ainda resta. Olhar essa exposição, na parte da Friburgo antiga, ver essa praça, o bonde do Sanatório Naval, olhar essa General Osório toda ainda aberta, o Teatro Leal, onde nasceu o Teatro Dona Eugênia. Se a gente observar a foto antiga da Praça Getúlio Vargas, com casuarinas plantadas, vai ver que ainda não tinham os eucaliptos. Um escândalo! Ficou lindo e super contemporâneo”, completa.
Osmar Castro é friburguense, nascido e criado aqui. Passou 15 anos fora, mas depois voltou. Há 20 anos procurou em acervos fotos da casa onde passou sua infância, na rua Sete de Setembro, e nessa procura encontrou Friburgo, disse Osmar. Então, passou 15 anos só fazendo busca de fotos antigas com várias pessoas, fábricas, além do historiador Raphael Jaccoud, que lhe passou grande parte do acervo que tinha e abraçou a ideia de promover Friburgo. E, nesse meio tempo, acrescentou, tive a ideia de fazer a Friburgo atual e fui em busca de novas imagens e isso resultou nessa exposição. Como Friburgo sempre sofreu muitas dificuldades desde o seu começo, nós temos essa marca da superação. Essas fotografias mostram sua arquitetura, as paisagens, o parque dos Três Picos, as escaladas em rocha. Friburgo deve ser tratada com mais carinho por aqueles que gostam dela, acrescentou.
A exposição, que teve a curadoria de Júlio César Seabra Cavalcanti, Jaburu, através do grupo G.A.M.A, ocupa as três salas do Centro de Arte e foi dividida em épocas. A primeira e a segunda salas mostram a Nova Friburgo de hoje e a terceira mostra como foi Friburgo de 1860 à década de 40. São pôsteres de 2 metros por 1,40m, com imagens em alta definição.Todo esse material digitalizado, que soma 220 mil arquivos e está reunido no blog acervonovafriburgo.
A exposição ficará até o dia 27 de junho, no Centro de Arte, à praça Getúlio Vargas, 71, depois segue para as praças de Olaria, Conselheiro Paulino e para a Galeria do Teatro Municipal, no Suspiro.
Fonte: Prefeitura de N. Friburgo